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sábado, 22 de maio de 2010

Exposição Capitais da Bossa Nova: pode ser visitada até 1º de outubro!


Na Cidade Livre, o presidente Juscelino recebe manifestação popular. 
Brasília, 5 de junho de 1960. Agência Nacional.

Grande Prêmio Brasil de turfe. 
Rio de Janeiro, 1958. Correio da Manhã


Capitais da bossa nova: Rio e Brasília nos anos JK

A exposição organizada pelo Arquivo Nacional comemora os cinquenta anos da inauguração de Brasília re-visitando as duas capitais, espaços urbanos que polarizaram as atenções naquele período.
O projeto de uma nova capital que se chamaria Brasília era antigo, datava do século XIX e foi movido pela ideia do desbravamento, de entrar pelos sertões, depois por rasgar vias de acesso, dominar um território pela indústria, movimentando populações, instaurando uma outra geografia e fixando uma capital, cidade aérea, como se referiu Lucio Costa. Era uma ruptura com o Rio de Janeiro, que liderou as transformações políticas e culturais brasileiras desde 1763. Procurou-se então uma lógica urbana diversa na qual espaços delimitados, grandes vias, eixos e asas visavam suprimir ruas, vaivém da população, um cenário dos maiores centros urbanos desde o século XIX.
A mudança da capital e a expressão da arquitetura modernista brasileira no Planalto deram ao período uma aura fomentada também pelo desenvolvimentismo, pelo automóvel, por uma série de signos que eternizaram o governo de Juscelino Kubitscheck. Assim, a exposição abrange todo o período JK, entre 1956 e 1960, que se desenrola em visitas ao sertão, estradas amazônicas, hidrelétricas, cenas intimistas no Catetinho e grandes tomadas que dão a medida da escala monumental das edificações e do traçado urbanístico. Nas imagens da época, multidões aclamam o presidente, em pequenas ruas do interior, no 1º de maio, nas ruas do Rio, onde em 1956 ele toma posse no velho centro colonial.
Fotografias em preto e branco trazem um país de índios, trabalhadores, cidades interioranas. Também se veem seus personagens mais conhecidos: o presidente, Lucio Costa, Oscar Niemeyer, Israel Pinheiro, João Goulart. E ainda Tom Jobim, Dolores Duran, Vinícius de Moraes, Carlos Drummond de Andrade, em um Rio de Janeiro que tinha o encanto dos artistas e intelectuais que despontavam e uma trilha sonora que rendeu a JK a imagem de “presidente bossa-nova”. Por essa cidade com quase quatrocentos anos de história, passeia-se novamente à beira-mar, pela calçada de Copacabana, em imagens que levam o espectador pelo Centro e pelo Catete, sede do poder, por favelas e subúrbios e desfiles das escolas de samba, bailes e vistas de uma cidade que também exibe contornos modernos, no Aterro, no MAM, em avenidas que iam se sobrepondo ao passado colonial.
Entre esses dois polos urbanos, a nova capital se impõe em inaugurações, no Alvorada e no Congresso Nacional, conjuntos residenciais, edifícios que emergem de esqueletos de madeira, os operários na Cidade Livre. A catedral fotografada pelo francês Gautherot, a capela com mural de Volpi, móveis em linhas modernistas, afirmando-se, em todas as escalas, a opção pelo monumental construído sobre um plano ilimitado.
A exposição será montada no prédio principal da sede do Arquivo Nacional no Rio de Janeiro, conjunto arquitetônico tombado, e apresenta 180 fotografias ampliadas dos acervos do Correio da Manhã e da Agência Nacional, vitrines com títulos publicados no período da construção de Brasília e livros raros da missão Cruls, exploradora do Planalto Central nos primeiros anos da República.

Haverá a exibição de dois vídeos, respectivamente, sobre o Rio de Janeiro e Brasília, editados a partir do acervo fílmico e sonoro do Arquivo Nacional e com trilha sonora cedida pela rádio MEC.

Inauguração: 27 de maio de 2010
15:30h. Conferência da profª Margareth da Silva Pereira
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo/UFRJ
Do ideal político à ação técnica e poética: Brasília e seus construtores

18:30h Abertura da exposição

Arquivo Nacional
Praça da República 173 Centro
Rio de Janeiro RJ